A falta de Iwá Pelé do Povo de Axé na Internet

Hoje em dia, o tema do bom caráter é frequentemente discutido, porém, pouco se vê na internet sacerdotes, sacerdotisas ou qualquer pessoa que, muitas vezes, venha falar sobre religião de matriz africana ou religiões afro-brasileiras com bom caráter. É crucial entender o que significa essa virtude e como ela se relaciona com a maneira como nos expressamos, especialmente nas mídias sociais, ao discutir sobre o Candomblé, Umbanda ou qualquer religião de matriz africana.

O bom caráter pode ser definido como a disposição constante de agir de forma ética e correta, baseando-se em princípios e valores que promovem o bem comum, a justiça e a virtude. A virtude, por sua vez, é um conjunto de características positivas que uma pessoa possui e que são consideradas moralmente boas, como honestidade, coragem, justiça, generosidade, amizade, equilíbrio e compaixão.

No entanto, nos deparamos com uma lacuna significativa quando se trata de discutir religiões de matriz africana nas redes sociais. Muitas vezes, observamos pessoas falando sobre essas culturas sem se preocupar em respeitar a fé, religiosidade e crença alheias. O verdadeiro bom caráter está ausente quando alguém ataca ou ofende a fé de outra pessoa ao invés de agir em prol do bem comum.

É preocupante notar a crescente tendência de buscar fama e reconhecimento na internet sem considerar o impacto das palavras ou a fé daqueles que são atacados. Alguns buscam notoriedade sem se importar verdadeiramente com as pessoas ou com o respeito à fé alheia. Esse comportamento revela uma falta de justiça ao julgar e apontar os erros dos outros sem considerar seus próprios equívocos.

Além disso, há uma falta de virtude na propagação da religiosidade e cultura afro-brasileira, pois muitos se concentram apenas em seu próprio conhecimento e prática religiosa, desconsiderando a riqueza da diversidade cultural. É comum ver críticas infundadas sem um esforço real para compreender a história e a transformação dessas tradições.

É essencial utilizar a internet como uma ferramenta para divulgar e fortalecer as religiões de matriz africana, combatendo o racismo religioso e unindo-se para enfrentar os reais desafios que essas comunidades enfrentam, como a perseguição religiosa e o fechamento de terreiros.

Portanto, é fundamental que estejamos atentos e conscientes para sermos agentes de combate ao mau caráter e difusores do bom caráter, especialmente nas redes sociais. Devemos agir com respeito à diversidade cultural e religiosa, promovendo a compreensão mútua e a solidariedade em vez de propagar discursos negativos e divisivos.

É hora de valorizarmos e respeitarmos a cultura e a religiosidade afro-brasileira como um todo, reconhecendo sua importância histórica e social. Espero que este conteúdo tenha instigado sua reflexão sobre essas questões. Para aqueles interessados em aprender mais sobre a cultura e história do Candomblé, convido a assistir aos próximos vídeos.

Até breve!