O que é Orí Méjì no Candomblé?
Falar sobre o “Orí-Méjì” dentro do cânone do Candomblé pode ser uma tarefa complexa, pois há diversas interpretações sobre o que significa ser Orí-Méjì ou não. Neste Vídeo, exploraremos a essência do Orí-Méjì, suas nuances e definições dentro do Candomblé para uma compreensão mais ampla e clara.
O termo “Orí-Méjì” refere-se a uma condição em que um indivíduo é iniciado para cultuar simultaneamente duas divindades no mesmo ori, ou seja, na mesma cabeça. Essa prática não implica ter duas cabeças físicas, mas sim um ori onde duas divindades são cultuadas de forma igual e equânime. Enquanto normalmente uma pessoa é associada a um único orixá, no caso do Orí-Méjì, essa pessoa é ligada a dois orixás, cultuando ambos em igualdade.
Dentro do Candomblé, há uma crença equivocada de que ser Orí-Méjì significa ter dois orixás do mesmo gênero (masculino ou feminino). Contudo, a verdade é que ser Orí-Méjì está relacionado à necessidade de cultuar duas divindades de maneira equilibrada, independentemente de seus gêneros. A pessoa Orí-Méjì recebe rituais, ensinamentos e liturgias igualmente de ambos os orixás, buscando equilibrar suas energias e trazer prosperidade e positividade para sua vida.
A iniciação como Orí-Méjì não acontece desde a iniciação apenas, mas pode surgir ao longo da vida de alguém. Por vezes, um sacerdote pode iniciar uma pessoa para um orixá, e posteriormente outro sacerdote pode perceber a necessidade de cultuar outra divindade para equilibrar as energias do indivíduo. Isso não anula a iniciação inicial, mas busca equilibrar as energias entre os orixás.
É importante destacar que ser Orí-Méjì não implica necessariamente em “rodar” com ambos os orixás em rituais específicos. A essência está na igualdade de culto e na busca pelo equilíbrio energético, trazendo benefícios para a vida do iniciado. Além disso, o Orí-Méjì não estabelece uma hierarquia entre os orixás, mas sim a prática de cultuar ambos de maneira igualitária.
É essencial compreender que o Orí-Méjì é uma prática específica dentro do Candomblé, não se confundindo com outras crenças ou práticas similares. Ser Orí-Méjì não define a qualidade de um orixá principal, tampouco estabelece a superioridade de um sobre o outro. É uma prática de equilíbrio, respeito e busca por energias positivas na vida do indivíduo.
Concluindo, ser Orí-Méjì é mais do que uma questão de gênero ou hierarquia entre divindades. É uma prática de culto equânime a dois orixás, buscando o equilíbrio e a positividade na vida daqueles que seguem essa vertente dentro do Candomblé. Espero que este artigo tenha esclarecido as nuances do Orí-Méjì dentro dessa religião. Em caso de dúvidas, deixe seu comentário para continuarmos essa conversa. Obrigado pela leitura e até a próxima!